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Subject: [Noticias]
Eu iria achar o cara muito babaca, iria tentar fazer algo pra difamá-lo também, mas não acharia correta uma punição.
A pior relativização que existe é essa do "é só não consumir". Sempre, eu digo SEMPRE você vai ter público alvo para o assunto que quiser expor. Por isso acho bem idiota o argumento de alguns humoristas que dizem que "se alguém riu, ele chegou ao objetivo dele e a piada é válida". Isso é óbvio... Você pode pegar o argumento mais preconceituoso que existe, mas se chegar junto a um público alvo que odeie a parcela da população que você está ofendendo, isso vai ser engraçado pra eles, na verdade, podem nem achar piada, mas realidade.
É a mesma coisa com uma revista. Tem saber discernir expressão de agressão, de crime. Pela sua teoria, eu poderia vender uma revista com conteúdo erótico infantil. Afinal, se alguém não gosta de pedofilia, é só não comprar a revista. Que eles tenham o direito de postar a idiotice que seja, mas que sejam punidos por publicarem conteúdo agressivo. Isso é o que não ocorre.
É a mesma coisa com uma revista. Tem saber discernir expressão de agressão, de crime. Pela sua teoria, eu poderia vender uma revista com conteúdo erótico infantil. Afinal, se alguém não gosta de pedofilia, é só não comprar a revista. Que eles tenham o direito de postar a idiotice que seja, mas que sejam punidos por publicarem conteúdo agressivo. Isso é o que não ocorre.
Sobre a ressocialização dos presos... não sou contra, mas o objetivo principal deve ser punir. E todos eles deveriam sim trabalhar para pagar a estadia (e nos casos de roubo, para restituir a vítima). Sei que nem todos os presos são criminosos violentos e tal, mas não dá pra achar que são coitadinhos e tão ali por serem "vítimas da sociedade". A função principal de uma prisão é punir e livrar a sociedade de quem apresenta perigo pra ela.
Concordo, por isso mesmo disse que muitas vezes, a tal assistência dentro do presídio nem ocorreria na prática, porque o detento nem deveria sair ou sair já numa idade avançada, não discordo disso. Minha opinião foi voltada a quem defende o extermínio do cara só por estar na prisão. Não tenho pena de quem está lá, não os considero coitados, o que também não significa que desejo que sejam mortos lá ou defendo uma política que traz de volta pras ruas caras piores do que quando entraram lá.
Concordo, por isso mesmo disse que muitas vezes, a tal assistência dentro do presídio nem ocorreria na prática, porque o detento nem deveria sair ou sair já numa idade avançada, não discordo disso. Minha opinião foi voltada a quem defende o extermínio do cara só por estar na prisão. Não tenho pena de quem está lá, não os considero coitados, o que também não significa que desejo que sejam mortos lá ou defendo uma política que traz de volta pras ruas caras piores do que quando entraram lá.
Receber em dobro quando prender alguém? Não, mas receber um salário melhor pra função que exerce na sociedade, sim.
Concordo, assim como médicos, professores... Não é exclusividade de PM receber e não é a única atividade essencial. na realidade, se professores recebessem melhor e a educação fosse mais elevada, o trabalho de PM seria bem menor.
Vc tem a imagem da PM do RJ que é uma das mais sujas, se não, a mais suja do Brasil, daí o motivo pra falar que só sofrem pena dobrada quando sai na mídia.
Falo por SP, aqui na maioria dos casos da prisão pros PMs, até por coisas que pra uma civil não acontece nada.
Não tenho a visão apenas da PM do Rio. Tenho principalmente daqui, mas tenho amigos e conhecidos na federal e militar de diversos estados. Isso acontece em todo lugar, é estrutural. O Abimael acabou de citar um exemplo e é de SC, acho. Abre um espaço aqui e pede pra cada um dar exemplo da sua cidade que você vai ver que o mundo também não é como de dentro da bolha em que você está vivendo.
E como seguimos o código penal militar, as penas são mais severas. Não existe essa de ir pro administrativo como no RJ.
Existe sim gente que foi preso por menores crimes, mas 99% é de tráfico ou algo decorrente das drogas/tráfico.
Esses crimes menores na sua maioria nem dão cadeia, são transformados em penas alternativas. Você não tem noção exata da realidade porque só recebe a informação das mídias e não o que realmente acontece
Código penal militar é a coisa mais vergonhosa que existe. Por isso existe todo o corporativismo. Se eu derrubar um prédio, vão abrir uma sindicância no CREA, mas eu vou ser julgado civilmente por isso. Se um médico matar um paciente, pode até ser liberado pelo CRM, mas pode ser preso pelo ato. PM dá tiro antes de perguntar, vira "auto de resistência" e é julgado internamente por companheiros que fizeram a mesma coisa na carreira. Sério que você acha isso justo?
Eu não vejo diferença entre os policiais que fazem merda alegando salário baixo e esses bandidos que fazem merda e alegam que não têm acesso ao básico. Tudo do mesmo saco... Aliás, espero que você não tenha se referido como "esses crimes menores" os casos de assassinato e roubo que comentei.
Ou seja, respondendo: Sim, vivem numa bolha, pois a realidade é mil vezes pior.
Aham... Valeu! Joinha pra você. ;)
Concordo, assim como médicos, professores... Não é exclusividade de PM receber e não é a única atividade essencial. na realidade, se professores recebessem melhor e a educação fosse mais elevada, o trabalho de PM seria bem menor.
Vc tem a imagem da PM do RJ que é uma das mais sujas, se não, a mais suja do Brasil, daí o motivo pra falar que só sofrem pena dobrada quando sai na mídia.
Falo por SP, aqui na maioria dos casos da prisão pros PMs, até por coisas que pra uma civil não acontece nada.
Não tenho a visão apenas da PM do Rio. Tenho principalmente daqui, mas tenho amigos e conhecidos na federal e militar de diversos estados. Isso acontece em todo lugar, é estrutural. O Abimael acabou de citar um exemplo e é de SC, acho. Abre um espaço aqui e pede pra cada um dar exemplo da sua cidade que você vai ver que o mundo também não é como de dentro da bolha em que você está vivendo.
E como seguimos o código penal militar, as penas são mais severas. Não existe essa de ir pro administrativo como no RJ.
Existe sim gente que foi preso por menores crimes, mas 99% é de tráfico ou algo decorrente das drogas/tráfico.
Esses crimes menores na sua maioria nem dão cadeia, são transformados em penas alternativas. Você não tem noção exata da realidade porque só recebe a informação das mídias e não o que realmente acontece
Código penal militar é a coisa mais vergonhosa que existe. Por isso existe todo o corporativismo. Se eu derrubar um prédio, vão abrir uma sindicância no CREA, mas eu vou ser julgado civilmente por isso. Se um médico matar um paciente, pode até ser liberado pelo CRM, mas pode ser preso pelo ato. PM dá tiro antes de perguntar, vira "auto de resistência" e é julgado internamente por companheiros que fizeram a mesma coisa na carreira. Sério que você acha isso justo?
Eu não vejo diferença entre os policiais que fazem merda alegando salário baixo e esses bandidos que fazem merda e alegam que não têm acesso ao básico. Tudo do mesmo saco... Aliás, espero que você não tenha se referido como "esses crimes menores" os casos de assassinato e roubo que comentei.
Ou seja, respondendo: Sim, vivem numa bolha, pois a realidade é mil vezes pior.
Aham... Valeu! Joinha pra você. ;)
Eu não concordo com muita coisa que publicam em revistas por aí e nem por isso quero censurá-las. Publicar conteúdo erótico infantil seria crime não pela publicação, mas sim pela pedofilia. Por outro lado, se uma revista publicasse artigos defendendo a pedofilia, por mais nojenta que ela seja eles devem ter o direito de publicá-la.
Aparecendo em revistas, na mídia, a pedofília ganharia força, convenceria alguns de que isso é bacana. A mídia tem um poder de convencimento, certamente que surigiram pessoas adeptas á prática. É por isso que nem tudo pode ser publicado
Desde quando médico recebe mal? desde quando correm risco de vida?
Professor sim não recebe bem, mas n corre risco de morrer todos os dias.
Mais uma vez falo de Sp: Aqui quem julga o que você chama de resistência não são militares. Mudou faz tempo isso.
E não, não considero homicídio e roubo crimes menores. Esses são os crimes mais comuns.
Crime menor seria por exemplo, pixaçao. Se vc reler vai ver que citei que crimes como esse quase n tem gente presa e em sua maioria, quem está preso é ppr crime grave.
Se acha que PM tem benefício pra cometer crime e não ser pres, te convido a conhecer o Romão Gomes.
Salário baixo não é desculpa pra cometer crime, mostra pra mim onde falei isso? Falei que uma vez marginal, que curte ostentação, não vai aceitar ganhar pouco e n poder ostentar.
Professor sim não recebe bem, mas n corre risco de morrer todos os dias.
Mais uma vez falo de Sp: Aqui quem julga o que você chama de resistência não são militares. Mudou faz tempo isso.
E não, não considero homicídio e roubo crimes menores. Esses são os crimes mais comuns.
Crime menor seria por exemplo, pixaçao. Se vc reler vai ver que citei que crimes como esse quase n tem gente presa e em sua maioria, quem está preso é ppr crime grave.
Se acha que PM tem benefício pra cometer crime e não ser pres, te convido a conhecer o Romão Gomes.
Salário baixo não é desculpa pra cometer crime, mostra pra mim onde falei isso? Falei que uma vez marginal, que curte ostentação, não vai aceitar ganhar pouco e n poder ostentar.
E sobre educação ser melhor, concordo que n teríamos tantos crimes.
E quando falo que as pessoas vivem na bolha, é pq n sabem um terço do que é a realidade das ruas. Mídia mostra só o que quer.
Não vejo reportagem mostrando que mais de 100 PMs morrem só no estado de Sp todo ano.
Agora basta algum fazer algo errado que tem até comoção social.
E quando falo que as pessoas vivem na bolha, é pq n sabem um terço do que é a realidade das ruas. Mídia mostra só o que quer.
Não vejo reportagem mostrando que mais de 100 PMs morrem só no estado de Sp todo ano.
Agora basta algum fazer algo errado que tem até comoção social.
Desde quando médico recebe mal? desde quando correm risco de vida?
Professor sim não recebe bem, mas n corre risco de morrer todos os dias.
Tá vendo como quando você fala que os outros vivem numa bolha, não olha a própria situação? Sua visão de médico é do funcionário do Einstein, Copa d'Or, etc. Dá uma "googlada" aí sobre concursos públicos. A maioria dá vencimentos de pouco mais de 2 salários pra médico. Sobre o perigo, o que mais ocorria era médico ser retirado de hospital pra atender bandido, professor até hoje é constantemente ameaçado dentro de sala de aula. Só há uma diferença básica nisso. Ao se candidatar a policial, você está ciente desses riscos. Quando vira professor ou médico, não. De qualquer forma, minha intenção nãoe ra discutir isso, era mostrar que problema de salários é do funcionalismo público, não de policiais, em particular.
Mais uma vez falo de Sp: Aqui quem julga o que você chama de resistência não são militares. Mudou faz tempo isso.
E não, não considero homicídio e roubo crimes menores. Esses são os crimes mais comuns.
Crime menor seria por exemplo, pixaçao. Se vc reler vai ver que citei que crimes como esse quase n tem gente presa e em sua maioria, quem está preso é ppr crime grave.
Se acha que PM tem benefício pra cometer crime e não ser pres, te convido a conhecer o Romão Gomes.
Eu falei sobre os problemas que temos dentro da corporação e policias que continuam livres ainda assim, você respondeu sobre punição a crimes menores. Minha associação, logicamente, foi com policiais, não com civis.
Salário baixo não é desculpa pra cometer crime, mostra pra mim onde falei isso? Falei que uma vez marginal, que curte ostentação, não vai aceitar ganhar pouco e n poder ostentar.
Você não falou, mas é discurso pronto. De qualquer forma, o trecho sublinhado é justamente o que mais me causa ojeriza em parcela da classe, é isso que faz com que tanta gente passe a ter raiva de polícia, numa situação totalmente inversa. Policial hoje se acha acima do bem e mal, vestiu a postura de sociólogo, advogado, juiz e executor. Entende tudo sobre a natureza humana, seus problemas, suas origens e suas consequências. Assim, se acha apto para a qualquer momento julgar, condenar e executar. Afinal, nenhum tem jeito mesmo...
Achar que um moleque de 13, 14 anos que se mete numa roubada pra comprar coisas e aparecer no grupo não tem mais correção é muita prepotência.
Professor sim não recebe bem, mas n corre risco de morrer todos os dias.
Tá vendo como quando você fala que os outros vivem numa bolha, não olha a própria situação? Sua visão de médico é do funcionário do Einstein, Copa d'Or, etc. Dá uma "googlada" aí sobre concursos públicos. A maioria dá vencimentos de pouco mais de 2 salários pra médico. Sobre o perigo, o que mais ocorria era médico ser retirado de hospital pra atender bandido, professor até hoje é constantemente ameaçado dentro de sala de aula. Só há uma diferença básica nisso. Ao se candidatar a policial, você está ciente desses riscos. Quando vira professor ou médico, não. De qualquer forma, minha intenção nãoe ra discutir isso, era mostrar que problema de salários é do funcionalismo público, não de policiais, em particular.
Mais uma vez falo de Sp: Aqui quem julga o que você chama de resistência não são militares. Mudou faz tempo isso.
E não, não considero homicídio e roubo crimes menores. Esses são os crimes mais comuns.
Crime menor seria por exemplo, pixaçao. Se vc reler vai ver que citei que crimes como esse quase n tem gente presa e em sua maioria, quem está preso é ppr crime grave.
Se acha que PM tem benefício pra cometer crime e não ser pres, te convido a conhecer o Romão Gomes.
Eu falei sobre os problemas que temos dentro da corporação e policias que continuam livres ainda assim, você respondeu sobre punição a crimes menores. Minha associação, logicamente, foi com policiais, não com civis.
Salário baixo não é desculpa pra cometer crime, mostra pra mim onde falei isso? Falei que uma vez marginal, que curte ostentação, não vai aceitar ganhar pouco e n poder ostentar.
Você não falou, mas é discurso pronto. De qualquer forma, o trecho sublinhado é justamente o que mais me causa ojeriza em parcela da classe, é isso que faz com que tanta gente passe a ter raiva de polícia, numa situação totalmente inversa. Policial hoje se acha acima do bem e mal, vestiu a postura de sociólogo, advogado, juiz e executor. Entende tudo sobre a natureza humana, seus problemas, suas origens e suas consequências. Assim, se acha apto para a qualquer momento julgar, condenar e executar. Afinal, nenhum tem jeito mesmo...
Achar que um moleque de 13, 14 anos que se mete numa roubada pra comprar coisas e aparecer no grupo não tem mais correção é muita prepotência.
E sobre educação ser melhor, concordo que n teríamos tantos crimes.
E quando falo que as pessoas vivem na bolha, é pq n sabem um terço do que é a realidade das ruas. Mídia mostra só o que quer.
Não estou falando de mídia, você está viajando. Pessoas VIVEM! Pessoas pegam condução todo dia, passam por lugares perigosos, vivem nesses lugares. Como assim dizer que ninguém conhece a realidade? Acha que todo mundo vive dentro de um condomínio fechado e passeia de carro blindado? Que preconceito é esse? Para com isso e olha o que tu tá se tornando, cara!
Não vejo reportagem mostrando que mais de 100 PMs morrem só no estado de Sp todo ano.
Você não lê jornais então. Eu leio e vejo informações como essa regularmente, não necessariamente em SP, mas no Rio e no país. Assim como também mostram os números de vítimas civis.
Agora basta algum fazer algo errado que tem até comoção social.
Por que será, hein??? Será que é difícil imaginar? Você já viu alguma matéria dizendo que fulano parou no sinal vermelho? Agora, se ele ultrapassar, atropelar e matar alguém, as chances sobem consideravelmente de virar notícia. Você não divulga o óbvio, não existe plaquinha do tipo "Os policiais da cidade estão a XX dias sem cometer uma infração", isso é OBRIGAÇÃO!
E quando falo que as pessoas vivem na bolha, é pq n sabem um terço do que é a realidade das ruas. Mídia mostra só o que quer.
Não estou falando de mídia, você está viajando. Pessoas VIVEM! Pessoas pegam condução todo dia, passam por lugares perigosos, vivem nesses lugares. Como assim dizer que ninguém conhece a realidade? Acha que todo mundo vive dentro de um condomínio fechado e passeia de carro blindado? Que preconceito é esse? Para com isso e olha o que tu tá se tornando, cara!
Não vejo reportagem mostrando que mais de 100 PMs morrem só no estado de Sp todo ano.
Você não lê jornais então. Eu leio e vejo informações como essa regularmente, não necessariamente em SP, mas no Rio e no país. Assim como também mostram os números de vítimas civis.
Agora basta algum fazer algo errado que tem até comoção social.
Por que será, hein??? Será que é difícil imaginar? Você já viu alguma matéria dizendo que fulano parou no sinal vermelho? Agora, se ele ultrapassar, atropelar e matar alguém, as chances sobem consideravelmente de virar notícia. Você não divulga o óbvio, não existe plaquinha do tipo "Os policiais da cidade estão a XX dias sem cometer uma infração", isso é OBRIGAÇÃO!
O texto é sobre um filme, mas dá pra fazer uma analogia clara entre essa mentalidade que vem se fortalecendo por aqui em diversos aspectos. Alguns vão achar longo e ignorar, mas acho que esclarece bem essa diferença de linhas de raciocínio.
O novo heroi americano
Publicado em 26/01/2015 por Milly 14 Comentários
Em novo recorde pessoal, essa semana inovo criticando um filme que não vi.
Falo do super campeão de bilheteria, o batedor de todos os recordes em arrecadação, aquele que pode vir a ser o filme que mais lucrou na história do cinema – American Sniper, a história do melhor atirador de elite do exército americano, e melhor deveria estar entre aspas, e do que ele fez durante a invasão do Iraque.
Aqueles que viram o filme e entendem da arte, como meu amigo Pablo Vilaça, dizem que, apesar de moralmente corrompido, se trata de um longa tecnicamente impecável. Vilaça, também corretamente, diz que precisamos separar a arte da moral, maturidade e sabedoria que eu ainda não consegui alcançar. E já que não entendo dessa arte fico com a opinião de quem sabe mais do que eu e acredito que o filme seja tecnicamente admirável.
O que me intriga, para não escrever enfurece e entristece, é perceber que American Sniper pinta como heroi um homem que matou 200 pessoas a sangue-frio. Não estamos falando aqui de 200 torturadores nazistas, o que certamente o faria ser um heroi, mas de 200 suspeitos. Iraquianos suspeitos, vamos deixar claro.
Suspeitos do que, você pergunta. Suspeitos de um dia, quem sabe, talvez, virem a cometer algum ato terrorista. Entre essas 200 vítimas havia até uma criança – ou mais de uma embora o filme pareça tratar apenas de uma – e fica bastante difícil acreditar que uma criança mereça ser assassinada por ser suspeita de alguma coisa.
Primeiro é preciso colocar em perspectiva a invasão do Iraque.
Por anos fomos convencidos por Bush e Blair de que a invasão era fundamental porque o Iraque, um país inimigo, estava se estocando de armas químicas. Apoiados pela mídia de massa, que tratou de divulgar a mensagem e a enorme ameaça que isso representava, Estados Unidos e Inglaterra tiveram apoio da opinião pública para invadir o Iraque.
Quem abrisse os jornais ou visse os telejornais à noite facilmente entenderia que Saddam Hussain era um homem diabólico – como de fato deveria ser – e que tirá-lo do poder e destruir as armas químicas era um dever dos cidadãos de bem que fariam isso em nome da liberdade do mundo democrático.
Claro que o noticiário se esqueceu de dizer que esse monstro chamado Saddam Hussain era, até alguns anos antes, muito amigo dos Estados Unidos, sendo parceiro de negócios, recebendo armas americanas – armas que ele usou inclusive para acabar com fortes protestos populares contra seu governo, protestos que poderiam tê-lo deposto, quem sabe, se os americanos não tivessem se metido para apoiá-lo – e tendo entrada livre em território americano numa época em que o nome de Nelson Mandela fazia parte da lista de “terroristas mais perigosos do mundo” organizada pelos Estados Unidos. Estamos falando dos anos 80 e 90, portanto de anos bastante recentes. Mas o noticiário não poderia falar de nada disso se a intenção era ajudar a construir a imagem do “inimigo ideal”.
Anos depois, quando ficou embaraçosamente provado que não havia armas químicas no Iraque e que a coisa toda foi uma armação, a mesma imprensa não pareceu determinada a repercutir com cores fortes o constrangimento. Até porque, quem o fizesse deveria dar motivos para a invasão e até os camelos já sabiam que o Iraque foi invadido por ter recursos naturais preciosos como petróleo e água, atrás dos quais estavam algumas das maiores corporações inglesas e americanas.
Foi nesse cenário que um atirador de elite – discutivelmente a mais covarde das funções de um soldado que, escondido, tem carta branca para matar alguém que não pode vê-lo, o que seria o equivalente ao tiro pelas costas – virou a estrela da hora.
O filme é baseado na auto-biografia de Chrys Kyle, o atirador, e no livro a primeira pessoa que Kyle mata é uma mulher que, segundo ele, tinha nas mãos uma granada.
Agora vamos tentar colocar a câmera do lado de lá. Se sua vila é invadida por um exército estrangeiro, e você vê conhecidos sendo presos e mortos sob alegação nenhuma, será que, quem sabe, você pegaria uma granada para usar contra o inimigo? Ou para proteger sua família? É muito absurdo achar que provavelmente acabaríamos entrando na luta?
Alguns relatos vindos da imprensa independente começam a contar de histórias de inocentes assassinados por Kyle, e de como famílias foram destruídas por suas ações, um debate que até agora não alcançou a grande mídia.
Claro que, por princípio, todo o suspeito é também inocente até que se prove o contrário, mas essa parte do direito de qualquer ser humano parece ser um conceito que, nos Estados Unidos, já não vale mais, e que, por isso, nem entra em pauta durante eventuais discussões sobre o filme.
É, portanto, esse o novo heroi americano, protagonista de um filme que o New York Times chamou de “patriota” e “pró-família”, o que apenas nos faz temer por essa tal família a que o poderoso jornal se refere.
Lembro de ter lido uma vez que a falência moral de uma sociedade poderia ser demonstrada quando ela começasse a confundir celebridade com heroi – coisa que já fazemos há muito tempo. Mas o que dizer de uma sociedade que agora confunde perturbação patológica com bravura e é capaz de aplaudir o assassino durante a exibição do filme? (É o que tem acontecido nas salas de cinema americanas).
Jeff Stein, colunista da Newsweek e repórter investigativo que esteve no Iraque, lembrou em artigo recente que visitou um nightclub para os atiradores de elite americanos em Bagdad e que as paredes estavam cheias de imagens nazistas, uma observação tão repugnante quanto coerente com o que sabemos hoje sobre algumas das ações dos soldados americanos no Iraque.
Eis aí o filme que tem tudo para ser o mais visto da história do cinema – e cuja crítica, seguindo como sempre o New York Times, está abraçando como “patriota” e “pró-família” (pró-família americana, claro, já que esse novo heroi dizimou pelo menos 200 famílias iraquianas). E filme que constroi um tipo de heroi que, num mundo um ticozinho só mais justo, seria apenas um psicopata.
Por tudo isso acho que o fato de American Sniper ter sido executado com primor pelo republicaníssimo Clint Eastwood é apenas mais uma coisa a se lamentar.
O novo heroi americano
Publicado em 26/01/2015 por Milly 14 Comentários
Em novo recorde pessoal, essa semana inovo criticando um filme que não vi.
Falo do super campeão de bilheteria, o batedor de todos os recordes em arrecadação, aquele que pode vir a ser o filme que mais lucrou na história do cinema – American Sniper, a história do melhor atirador de elite do exército americano, e melhor deveria estar entre aspas, e do que ele fez durante a invasão do Iraque.
Aqueles que viram o filme e entendem da arte, como meu amigo Pablo Vilaça, dizem que, apesar de moralmente corrompido, se trata de um longa tecnicamente impecável. Vilaça, também corretamente, diz que precisamos separar a arte da moral, maturidade e sabedoria que eu ainda não consegui alcançar. E já que não entendo dessa arte fico com a opinião de quem sabe mais do que eu e acredito que o filme seja tecnicamente admirável.
O que me intriga, para não escrever enfurece e entristece, é perceber que American Sniper pinta como heroi um homem que matou 200 pessoas a sangue-frio. Não estamos falando aqui de 200 torturadores nazistas, o que certamente o faria ser um heroi, mas de 200 suspeitos. Iraquianos suspeitos, vamos deixar claro.
Suspeitos do que, você pergunta. Suspeitos de um dia, quem sabe, talvez, virem a cometer algum ato terrorista. Entre essas 200 vítimas havia até uma criança – ou mais de uma embora o filme pareça tratar apenas de uma – e fica bastante difícil acreditar que uma criança mereça ser assassinada por ser suspeita de alguma coisa.
Primeiro é preciso colocar em perspectiva a invasão do Iraque.
Por anos fomos convencidos por Bush e Blair de que a invasão era fundamental porque o Iraque, um país inimigo, estava se estocando de armas químicas. Apoiados pela mídia de massa, que tratou de divulgar a mensagem e a enorme ameaça que isso representava, Estados Unidos e Inglaterra tiveram apoio da opinião pública para invadir o Iraque.
Quem abrisse os jornais ou visse os telejornais à noite facilmente entenderia que Saddam Hussain era um homem diabólico – como de fato deveria ser – e que tirá-lo do poder e destruir as armas químicas era um dever dos cidadãos de bem que fariam isso em nome da liberdade do mundo democrático.
Claro que o noticiário se esqueceu de dizer que esse monstro chamado Saddam Hussain era, até alguns anos antes, muito amigo dos Estados Unidos, sendo parceiro de negócios, recebendo armas americanas – armas que ele usou inclusive para acabar com fortes protestos populares contra seu governo, protestos que poderiam tê-lo deposto, quem sabe, se os americanos não tivessem se metido para apoiá-lo – e tendo entrada livre em território americano numa época em que o nome de Nelson Mandela fazia parte da lista de “terroristas mais perigosos do mundo” organizada pelos Estados Unidos. Estamos falando dos anos 80 e 90, portanto de anos bastante recentes. Mas o noticiário não poderia falar de nada disso se a intenção era ajudar a construir a imagem do “inimigo ideal”.
Anos depois, quando ficou embaraçosamente provado que não havia armas químicas no Iraque e que a coisa toda foi uma armação, a mesma imprensa não pareceu determinada a repercutir com cores fortes o constrangimento. Até porque, quem o fizesse deveria dar motivos para a invasão e até os camelos já sabiam que o Iraque foi invadido por ter recursos naturais preciosos como petróleo e água, atrás dos quais estavam algumas das maiores corporações inglesas e americanas.
Foi nesse cenário que um atirador de elite – discutivelmente a mais covarde das funções de um soldado que, escondido, tem carta branca para matar alguém que não pode vê-lo, o que seria o equivalente ao tiro pelas costas – virou a estrela da hora.
O filme é baseado na auto-biografia de Chrys Kyle, o atirador, e no livro a primeira pessoa que Kyle mata é uma mulher que, segundo ele, tinha nas mãos uma granada.
Agora vamos tentar colocar a câmera do lado de lá. Se sua vila é invadida por um exército estrangeiro, e você vê conhecidos sendo presos e mortos sob alegação nenhuma, será que, quem sabe, você pegaria uma granada para usar contra o inimigo? Ou para proteger sua família? É muito absurdo achar que provavelmente acabaríamos entrando na luta?
Alguns relatos vindos da imprensa independente começam a contar de histórias de inocentes assassinados por Kyle, e de como famílias foram destruídas por suas ações, um debate que até agora não alcançou a grande mídia.
Claro que, por princípio, todo o suspeito é também inocente até que se prove o contrário, mas essa parte do direito de qualquer ser humano parece ser um conceito que, nos Estados Unidos, já não vale mais, e que, por isso, nem entra em pauta durante eventuais discussões sobre o filme.
É, portanto, esse o novo heroi americano, protagonista de um filme que o New York Times chamou de “patriota” e “pró-família”, o que apenas nos faz temer por essa tal família a que o poderoso jornal se refere.
Lembro de ter lido uma vez que a falência moral de uma sociedade poderia ser demonstrada quando ela começasse a confundir celebridade com heroi – coisa que já fazemos há muito tempo. Mas o que dizer de uma sociedade que agora confunde perturbação patológica com bravura e é capaz de aplaudir o assassino durante a exibição do filme? (É o que tem acontecido nas salas de cinema americanas).
Jeff Stein, colunista da Newsweek e repórter investigativo que esteve no Iraque, lembrou em artigo recente que visitou um nightclub para os atiradores de elite americanos em Bagdad e que as paredes estavam cheias de imagens nazistas, uma observação tão repugnante quanto coerente com o que sabemos hoje sobre algumas das ações dos soldados americanos no Iraque.
Eis aí o filme que tem tudo para ser o mais visto da história do cinema – e cuja crítica, seguindo como sempre o New York Times, está abraçando como “patriota” e “pró-família” (pró-família americana, claro, já que esse novo heroi dizimou pelo menos 200 famílias iraquianas). E filme que constroi um tipo de heroi que, num mundo um ticozinho só mais justo, seria apenas um psicopata.
Por tudo isso acho que o fato de American Sniper ter sido executado com primor pelo republicaníssimo Clint Eastwood é apenas mais uma coisa a se lamentar.
Excelente crítica e comentário que transcende apenas o filme, abrange toda a sociedade não só estadunidense como os reflexos dela na nossa.
Óbvio que a esquerda ia criticar um filme do Eastwood que fala da história do Kyle. A função dele era proteger os soldados americanos, e ele só atirava naqueles que apresentavam uma ameaça. Sim, ele atirou numa criança, uma criança que estava armada e iria atacar os soldados, podendo matar um deles. Sim, ele matou uma mulher, uma mulher que iria matar soldados americanos (por favor, estadunidense não, né). Chris Kyle é um heroi, todas as pessoas que ele matou foram mortas para defender outras pessoas. Ele foi o melhor atirador da história americana, e o filme não retrata apenas isso, retrata a vida dele inteira. Chamam ele de covarde sem saber nem a função dele direito. E pode ver que só esquerdistazinho que fala mal, primeiro o nojento do Michael Moore, depois o Villaça e essa tal de Milly que pelo o que dá a entender também é uma dessas. O jeito que ela chama o Eastwood de "republicaníssimo", como se fosse algo ruim mostra isso.
Assassino ele não foi. Todas as mortes dele foram justificáveis. Tu pode questionar a guerra (sim, o Iraque era uma ameaça aos EUA, mas isso é outra história), mas ele era um soldado, não foi ele quem declarou guerra. Chegando lá, ele apenas fez a função dele, que era proteger os outros soldados de serem mortos.
Assassino ele não foi. Todas as mortes dele foram justificáveis. Tu pode questionar a guerra (sim, o Iraque era uma ameaça aos EUA, mas isso é outra história), mas ele era um soldado, não foi ele quem declarou guerra. Chegando lá, ele apenas fez a função dele, que era proteger os outros soldados de serem mortos.
Nunca gostei de você como moderador, e agora vejo você soltar essas porcarias de esquerda, é pra terminar de f%der tudo.
Dois pontos nisso... Um é sobre a discussão que estava tendo antes, dessa mentalidade de que os fins justificam os meios, mate-se a esmo que peneirando extrairemos uns podres da sociedade. Numa guerra inventada, criada por motivos que nunca foram comprovados, duvidar que tais alvos também pudessem ser realmente 'ameaças' - assim entre aspas - e não criminosos de fato, é bem crível, ingenuidade seria pensar que não.
O outro ponto é desmerecer/ridicularizar a opinião pelo termo 'republicanissimo' utilizado. Parto do princípio que devo ter o mesmo tipo de posição por quem fala esquerdistazinho, concorda comigo?
A comparação que propus era bem mais ampla, não do caso em si, mas isso da criação de inimigos outrora aliados, exatamente como a relação entre traficantes e policiais ou o aparecimento das milícias. A última coisa que me interessa, honestamente, é no modo de pensar dos EUA.
(edited)
O outro ponto é desmerecer/ridicularizar a opinião pelo termo 'republicanissimo' utilizado. Parto do princípio que devo ter o mesmo tipo de posição por quem fala esquerdistazinho, concorda comigo?
A comparação que propus era bem mais ampla, não do caso em si, mas isso da criação de inimigos outrora aliados, exatamente como a relação entre traficantes e policiais ou o aparecimento das milícias. A última coisa que me interessa, honestamente, é no modo de pensar dos EUA.
(edited)