Subject: Nada como a política!

Não considero que seja culpa dos tais anistiados como você disse. É óbvio que eles também tem parcela de culpa na bagaça que estamos vivendo, mas boa parte dos políticos atuais envolvidos já estavam no poder (seja eles próprios ou com algum familiar que passou o bastão para um mais novo) desde os períodos anteriores ao que citastes.

As figurinhas são as mesmas, as políticas são as mesmas. A única coisa que muda são os focos que dão para um ou para outro.

Só uma coisa: o que o comunismo tem a ver com isso tudo? Comunismo nem chegou perto de existir no Brasil para ser combatido. Existem são pessoas que criam inimigos imaginários pra população acreditar que há algo para se preocupar enquanto seguem fazendo as mesmas jogadas de manipulação para tirarem vantagem sobre tudo e ficarem sempre livres de todas sacanagens que fazem.

A guerra fria já acabou. O mundo bipolarizado do capitalismo x socialismo também. A gente tem que mudar um pouco o disco.

Pois é. Uma sucessão de bizarrices que só acredito porque acompanhei.

Um desembargador que, com "competência" limitada temporalmente, até a manhã de segunda feira, se sobrepondo a decisões colegiadas do mesmo tribunal e dos superiores, com fundamento em "fato novo" sabido desde o ano passado, resolve libertar pessoa condenada.
Vários erros aí, como a tentativa caruda de manipulação do judiciário, já que o pedido foi feito justamente para ser julgado por esse desembargador. O fato de que esse pedido, por ter sido analisado em decisões anteriores, inclusive por autoridade hierarquicamente superior, não poderia ser analisado em plantão.
Acerca do fato novo, interessante notar que não existe o status jurídico de pré candidato, isso todo mundo pode ser, independente de qualquer formalidade. Ainda, a legislação eleitoral veda campanha eleitoral nesse momento, ou seja, sequer haveria restrição ilegal à campanha do preso (Sem contar a inelegibilidade por conta da lei da ficha limpa).

Por isso acho que o Moro seja o menos errado ( mas errado, ainda) ao descumprir a ordem, porque ela era claramente ilegal (nula ou até juridicamente inexistente) e proferida por autoridade incompetente. O erro dele é que deveria ter ficado quieto, deixado que o juiz que o substitui despachasse, afinal está de férias. Reforça a tese de defesa de perseguição, à toa.

Uma característica marcante do comunismo, os privilégios da minoria dominante sobre os demais, subjugados pela pobreza e pela dependência daquela minoria, que "vende" este favorecimento mediante lavagem cerebral dos mais ignorantes, esta ocorrendo aqui e agora, apregoada mentirosamente como democracia.
Uma simples comparação com os países comunistas do mundo comprova isto.

Não confunda alhos com bugalhos. Se for assim, quando tínhamos reis no poder, sendo eles a minoria dominante, subjugados pela pobreza e pela dependência daquela minoria, isso seria comunismo? Quando os militares estavam no poder, sendo eles a minoria dominante, subjugados pela pobreza e pela dependência daquela minoria, isso seria comunismo?

Não defendo o comunismo, mas o que estamos vivendo não tem nada a ver com isso.

Nem tudo é comunismo, mas a situação é típica dele. Os modelos de governos que você mencionou são tão maléficos quanto...

Não sou de esquerda e nem de direita extremas, mas entendo que o melhor sistema seja o que aproveita o que há de bom em cada ideologia, eliminando os pontos que excedem o aceitável.

No caso particular do Brasil, (lembra do comercial do Gerson? ¨gosto de levar vantagem em tudo, certo?¨), observo que a atitude de um homem público que se corrompe equivale a quem fura uma fila, ¨molha¨ a mão de um guarda para não ser multado e outras atitudes típicas do quotidiano. Tem que mudar a cultura para poder corrigir isso e, convenhamos, não é fácil...
(edited)

A bagunça está mais generalizada do que em 1964 quando, por muito menos, as forças armadas tomaram conta do país e moralizaram tudo. Pena que, no final, anistiaram esses vagabundos que voltaram e remontaram todo o esquema de bandalheira que temos aí hoje em dia. Estamos f...

Já disse anteriormente que não vou entrar nessa loucura de discutir ditadura com você. E anistia por anistia, também anistiaram os bandidos de farda. Só por isso a ditadura acabou.

Existir, existem. Mas quando uma (ou mais) organização criminosa se apodera do Estado, passa a colocar pessoas de seu entorno em cargos relevantes em todos os poderes e começa a usar as brechas da lei (nossa constituição é uma colcha de retalhos detalhista) a seu favor, pessoas de bem (e outras nem tanto) se veem na situação de ter que fazer o mesmo para tentar equilibrar as coisas.
O resultado disso dificilmente é bom.

É óbvio que sei que existem regras, o problema é que o Direito, intencionalmente, é dúbio. Se fosse algo não interpretável, qualquer acusação poderia ser colocado via input numa máquina e ela definiria a punição ou não, sem necessidade de advogados, promotores, juizes e toda essa estrutura jurídica.

E também não concordo com essa simplificação de "pessoas de bem ou do mal". Que me perdoem os advogados que nos leem, mas o direito é uma categoria onde o culto ao ego vem de longe, desde a simples necessidade de acharem que DEVEM ser chamados de doutor. Muito acima de duelo moral nessas questões, está o ego.

Não discuto nenhuma decisão do Moro, mas quem acompanhou as gravações de audiências dele ou algumas decisões, não tem como negar que o cara é um poço de ego. Essa transformação dele em heroi só piorou as coisas, com a mulher inclusive criando uma página sobre o assunto (depois fechada). Dos ministros do STF então, nem se fala.

Concordo com tudo, principalmente o final. Juridicamente, o Moro não está errado (leigo falando aqui), mas a necessidade de interromper férias, como se fosse o único cara competente a corrigir o fato (e no fim, a decisão definitiva foi a do presidente do tribunal), só reforça a imagem de super ego, um cara que se acha acima do bem e do mal.

É óbvio que sei que existem regras, o problema é que o Direito, intencionalmente, é dúbio. Se fosse algo não interpretável, qualquer acusação poderia ser colocado via input numa máquina e ela definiria a punição ou não, sem necessidade de advogados, promotores, juizes e toda essa estrutura jurídica.
Aqui eu não sei se você usou a palavra 'problema' apenas como forma de montar a frase ou se entende que isso é um problema real. Porque problema não é, permite que as leis se adequem às mudanças com mais agilidade. A questão, volto ao ponto, é termos uma ou mais quadrilhas instaladas no poder.

E também não concordo com essa simplificação de "pessoas de bem ou do mal". Que me perdoem os advogados que nos leem, mas o direito é uma categoria onde o culto ao ego vem de longe, desde a simples necessidade de acharem que DEVEM ser chamados de doutor. Muito acima de duelo moral nessas questões, está o ego.
Você está mais amargo do que eu... Santo ninguém é, todos têm seus defeitos. Mas alguns perderam a vergonha.

Não discuto nenhuma decisão do Moro, mas quem acompanhou as gravações de audiências dele ou algumas decisões, não tem como negar que o cara é um poço de ego. Essa transformação dele em heroi só piorou as coisas, com a mulher inclusive criando uma página sobre o assunto (depois fechada). Dos ministros do STF então, nem se fala.
Juiz tem que ter certa postura. Alguns vão entender como excesso de ego. Outras vezes, será mesmo. Mas quanto a ele ser transformado em 'herói', ele próprio tenta desmistificar isso.

mas a necessidade de interromper férias, como se fosse o único cara competente a corrigir o fato (e no fim, a decisão definitiva foi a do presidente do tribunal), só reforça a imagem de super ego, um cara que se acha acima do bem e do mal.
Mas você acompanhou o que aconteceu mesmo? O Favreto tentou arrancar o Lula da cadeia de todo jeito, deu prazo de 1 hora pra ser obedecido e ligou aos berros EXIGINDO a soltura imediata. Imagina a situação lá na PF. Recorreram a quem tava à mão (a decisão definitiva só foi sair bem depois, ele teria sido solto) e, aí vem o ponto que coloquei anteriormente, ele reagiu na mesma moeda.
(edited)

Já disse anteriormente que não vou entrar nessa loucura de discutir ditadura com você...

Nem é do meu feitio vir para o fórum discutir essas coisas, pois nem tempo para o time eu ando tendo. Entretanto só queria dizer que o termo ¨ditadura¨ para aquele período, no meu modo de ver, não é adequado. Ditadura, em verdade, é o que temos agora e teríamos muito pior quando o comunismo internacional também dominasse o nosso país, como está acontecendo em vários países, ao longo dos últimos 30/40 anos. Este termo foi adotado pelos adeptos do que vinha acontecendo antes e que continuou depois dos governos militares.
Minha visão de idoso, com filhos para quem preferir deixar em um país melhor, é de que precisamos de governos e parlamentares honestos urgentemente.

Não vejo fora dos militares nenhum grupo com idoneidade, patriotismo e honestidade suficientes para corrigir esses 35 anos de roubalheira...
(edited)

Ditadura, em verdade, é o que temos agora

Corruptocracia sim, ditadura aí também não, né...

Estamos indefesos diante de um governo, de parlamentares e até do STF praticantes de falcatruas e super-poderosos. Para mim, está perfeitamente caracterizada, já não temos a quem recorrer, salvo com a tomada militar do poder ou uma guerra civil...
(edited)

Aqui eu não sei se você usou a palavra 'problema' apenas como forma de montar a frase ou se entende que isso é um problema real. Porque problema não é, permite que as leis se adequem às mudanças com mais agilidade. A questão, volto ao ponto, é termos uma ou mais quadrilhas instaladas no poder.

Bem, ao ler a frase inteira, inclusive que "se não fosse interpretável, qualquer máquina poderia atuar", a sua dúvida só existe porque quer.

Você está mais amargo do que eu... Santo ninguém é, todos têm seus defeitos. Mas alguns perderam a vergonha.

Sou relativamente, no entanto, você criticou concordando comigo. Se santo ninguém é, transformar em "turma do bem x turma do mal" é uma simplificação boba. Perderam a vergonha em diversas instâncias, em diversas áreas.

Juiz tem que ter certa postura. Alguns vão entender como excesso de ego. Outras vezes, será mesmo. Mas quanto a ele ser transformado em 'herói', ele próprio tenta desmistificar isso.

Uma coisa é falar, a outra é agir. Repito, a mulher dele tinha uma página sobre o Moro, vida do casal, comentários sobre a operação, etc. E antes que tentem misturar as coisas, também já disse acima que não discuto nenhuma condenação dele. Acho todas merecidas, algumas inclusive tiveram penas aumentadas, mas a postura dele é de alguém acima do bem e do mal, as decisões unilaterais que tomou durante todo o processo e a postura foram criticadas pelo STF, por juristas e inclusive por alguns adversários políticos dos condenados.

Usando a sua própria ilustração, é como se ele imaginasse que todo o sistema está corrompido, ele é o único puro e, por isso, não deve satisfações a ninguém. A opinião pública fortalece isso.

Mas você acompanhou o que aconteceu mesmo? O Favreto tentou arrancar o Lula da cadeia de todo jeito, deu prazo de 1 hora pra ser obedecido e ligou aos berros EXIGINDO a soltura imediata. Imagina a situação lá na PF. Recorreram a quem tava à mão (a decisão definitiva só foi sair bem depois, ele teria sido solto) e, aí vem o ponto que coloquei anteriormente, ele reagiu na mesma moeda.

Sim, acompanhei. O Favreto foi errado em todos os aspectos na história, mas se o Moro estava tão incomodado e achava que era o único ciente da situação, que alertasse o presidente então para tomar a decisão. Mas ele é vaidoso, tem que tomar a frente e ter o nome citado, tanto que a decisão dele só causou aquela palhaçada de duelo de liminares até a decisão final.

Se fosse o desembargador Chiquinho fazendo a mesma coisa para o estelionatário João das Neves, você acha que ele interromperia as férias para despachar? Faria isso num fim de semana ainda? É óbvio que não...