2015-04-03 21:24

Tudo na vida é feito de ciclo, então no futebol não seria diferente. Por mais difícil que seja, chega uma hora que é preciso por um fim. E essa hora chegou para dois jogadores do AFC.

Antoni Zimnawoda e Januir Berinjela, dois jogadores que brilharam dentro da área adversária, estão se aposentando. Januir, inclusive, voltou para o Brasil exclusivamente para pendurar as chuteiras vestindo pelo última vez a camisa do time que o projetou ao futebol mundial.

A história dos dois tem um começo bem parecido. Comprados no final do longuíquo ano de 2008, aos 18 anos, tinham a missão de comandar o ataque do jovem time que estava sendo formado para disputar a E.154 (e que veio a formar uma dinastia, conquistando três vezes seguidas o título). Então veio o acesso (D.19) e os dois seguiram caminhos distintos.

Antoni, como ficou conhecido por aqui, é o maior artilheiro do clube com 428 gols (média de 1,74) e, sem dúvida, ídolo-mor da torcida. Sangrou-se campeão seis vezes vestindo a camisa do AFC (3x E.154, 2x D.19 e D.39). Tudo isso teve início no dia 16 de novembro de 2008, quando foi oficializada a compra do jogador junto ao szarzujace dziki, do seu país de origem, a Polônia. "Eu me surpreendi com a habilidade que ele demonstrava desde novo. Quando o vi jogando, falei 'eu quero'. Muitos foram contra, falaram que eu estava louco, que era só mais um jovem polonês e que não vingaria. Isso não mudou a minha opinião. Sabia que ele seria um grande jogador, tanto que banquei a aposta e o contratei. Aliás, nenhuma outra contratação do clube havia sido tão alta (R$ 403.104,00) como a dele até aquela época. Eu acreditei no potencial", disse o presidente do AFC.

Januir, por outro lado, veio sem grandes pompas. Foi contratado um mês antes, em 18 de outubro, por 21 mil reais. "sai dos juniores do
MANATO e vi que não teria espaço no time principal, então pedi para me negociarem. Não demorou muito e veio a proposta do AFC. A história do clube se parecia com a minha, pois era novo e precisava ainda mostrar ao que veio. Aceitei e vim para cá", conta o agora ex-atacante, que fez sua despedida na última quarta, 1º de abril, diante do Águias FC. O jogador marcou 305 gols em toda a sua carreira, tendo disputado 220 jogos por 7 equipes. O jogador saiu do AFC no final de 2009, após consagrar-se tri campeão da série E. "Eu era novo, queria conhecer outros lugares. O time estava bem, havia sido campeão pela terceira vez, então vi que não precisavam tanto de mim. Veio a proposta do CHELSEANH2PL e eu aceitei. Já havia cumprido o meu papel, fui respirar novas áres".

Mesmo com toda a história dos dois, a idade foi chegando e o futebol apresentado já não era o mesmo. "Eu já não conseguia jogar o que sabia. Meu corpo não respondia mais em campo, tanto que já pensava em me aposentar logo após os 32 anos. Eu estava em declínio, haviam outros jogadores com mais futebol a mostrar do que eu. O que me manteve foi o do presidente, que me proporcionou a alegria de
viver do futebol. Ele apostou em mim aos 18 anos e deu certo, então tinha tudo para acreditar que uma nova aposta poderia ter o mesmo resultado", revelou o polonês. O jogador nunca disputou nenhum jogo por outro clube.

A aposta a qual se refere era sobre tutorar novos jogadores. "Ele tem um conhecimento incrível não só dentro, mas também como fora de campo. Era a pessoa ideal para aconselhar os mais novos. Como auxiliar não seria a mesma coisa, o jovem poderia olhar e pensar 'ah, é só mais um ex jogador. Se fosse tão bom estaria ainda estaria jogando'. Ele não só ensinava, como mostrava o que deveria fazer. Estava ali, convivendo com os jogadores, viajando, jogando... Ele foi muito importante do desenvolvimento dos novos talentos. Mesmo com idade avançada, ainda conseguia jogar", conta o presidente.

Foi esse um dos motivos para o Januir voltar. "Eu já estava satisfeito, queria voltar para casa. Entrei em contato para ventilar uma possível
volta e recebi a proposta para voltar ajudando a desenvolver os atletas porém como jogador. Aceitei na hora. É o primeiro passo para, quem sabe, continuar seguindo a carreira no futebol".

Por mais triste que esteja a torcida, a despedida do Antoni está marcada (dia 8 de abril, às 22h, contra o FLaNaLDo F.C.)."Não posso adiar mais, senão daqui a pouco serei chamado de vovô (riso)", brinca o artilheiro. Ele, inclusive, não revelou o seu futuro. Não se sabe se voltará para a Polônia, se ficará no Brasil, se continuará no meio futebolístico... Sabe-se apenas que a vida é feita de ciclos. O fato de um acabar só diz que outro irá começar. Resta saber qual será o novo ciclo do eterno ídolo.

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